História do Judiciário NOVO

DESEMBARGADOR ROBSON MARQUES CURY

Robson Marques Cury nasceu em Tibagi, Paraná, em 23 de agosto de 1948. Filho de Aniss Cury e Theodolina Marques Cury, casado com Maria Regina Quadros Cury, formou-se em Direito, em 1972, pela Faculdade de Direito de Curitiba, e em Ciências Econômica pela Fundação de Estudos Sociais do Paraná – FESP. Foi professor na Faculdade de Administração de União da Vitória, na Unioeste e na Escola da Magistratura do Paraná.

Ingressou na magistratura por concurso público, em 1o de setembro de 1977, para exercer as funções de juiz adjunto na Comarca de União da Vitória. Após novo concurso, foi nomeado em 22 de novembro de 1978 para o cargo juiz de Direito da Comarca de Dois Vizinhos.  

Ainda atuou nas Comarcas de Cerro Azul, Toledo, Cascavel e Curitiba. Em 14 de abril de 2000, foi nomeado juiz do Tribunal de Alçada. Em 31 de dezembro de 2004, foi promovido ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Foi eleito para o cargo de corregedor da Justiça para o biênio 2015/2016.

Robson Cury é autor dos livros “História do Judiciário Paranaense”, “Cotidiano Forense” e “Espírito de Aventura”, que retrata o seu período de férias nos anos de 2008 e de 2012, com viagens de moto, reunindo fotos de lugares e paisagens visitados.  

Percorreu sozinho a maior parte de suas viagens, mas em alguns lugares da América Central, Portugal, Espanha e Marrocos, viajou em companhia de sua esposa Maria Regina. Fez viagens também com amigos, como José Deliberador Neto, José Cleto Neto, Reinaldo Robson Honorato Santos e Hélio Henrique Lopes Fernandes Lima.

Aqui, a história de Robson é contada por Maria Regina, Priscila e Rodrigo:  

Falar sobre o magistrado Marques Cury é fácil, já que, como casal, temos mais de 50 anos juntos, sendo que destes, mais de 45 anos foram dedicados à magistratura. Robson começou a trabalhar aos 14 anos, mas sua vocação jurídica se fazia presente no cotidiano, em razão de sua postura magistral, tanto profissional quanto emocional.  

Graduado em Direito, em 1972, e em Ciências Econômicas, em 1973, foi regularmente inscrito nos quadros da OAB-PR no ano de 1973, momento no qual passou a considerar os estudos para o concurso de juiz, obtendo apoio extra da minha parte e a convivência com meus parentes que integravam a magistratura, e que certamente fizeram a diferença, razão pela qual aproveito a oportunidade para homenagear meus queridos Antônio Kuster, Ossian França, Jaime Munhoz Gonçalves e Haroldo Bernardo da Silva Wolff.

Neste ano de 2023, Robson completou 75 anos de idade e 61 anos de trabalho. A sua vida nunca foi fácil, mas sempre foi abençoada por sua integridade pessoal e por seu porto familiar, sempre esmerado em princípios e valores sólidos, contando com seus pais presentes e irmãs aos 75 anos de vida; tantas vitórias, conquistas e desafios, com os quais sempre soube aprender e ressignificar.

Homem realizado, juntos formamos uma família. Desta união nasceram Rodrigo de Quadros Cury, pai do Heitor Maia Cury, e Priscila de Quadros Cury, mãe do Vitor Hugo Cury de Araújo. Criamos os filhos para o mundo, filhos graduados em Direito, advogados, independentes, sendo que somos abençoados por convivermos com filhos e netos diariamente.

Feliz e aventureiro, seus hobbies mantêm sua saúde mental arejada a fim de dar cabo ao trabalho, cabendo-me muita disposição para acompanhar tantas aventuras.

Sua trajetória na magistratura se iniciou em 12 de setembro de 1977 como juiz adjunto na comarca de União da Vitória, abrangendo Palmas e Clevelândia. Iniciou, também nesta fase de sua vida, a sua carreira como professor, haja vista seus estudos, dedicação e leitura diários – hábito cultivado até o presente momento.  

Aqui, não posso deixar de contar uma particularidade dele, pois, quando namorávamos, para me “impressionar”, recitava-me palavras difíceis, tendo descoberto depois que adorava ler dicionários…

Eu estava gestante do primogênito, Rodrigo, que nasceu em Curitiba no dia 30 de janeiro de 1978.  Aprovado em novo concurso, em 22 de novembro de 1978, tornou-se juiz de Direito em Dois Vizinhos, entrância inicial.  

Aqui, preciso compartilhar uma situação “constrangedora”, pois entrei para a autoescola e o instrutor faceiro – pois tinha como sua aluna a esposa do juiz recém nomeado –, ao passar por uma cafeteria ampla com mesinhas do lado de fora e muitos conhecidos, preocupando-se apenas em acenar para todos, esqueceu de puxar o freio, e eu, sua aluna, em uma ladeira, atingi a parte de trás de outro carro bem em frente à autoescola.  

Imediatamente, o dono apareceu se desculpando pelo acontecido, pois era a minha primeira aula e o carro era zero. A notícia correu a cidade, mas, graças a Deus, essa batida foi um fato isolado, pois a partir dali fui uma exímia motorista.

Priscila nasceu em 27 de dezembro de 1979, em Curitiba, quando Robson judicava na comarca de Cerro Azul. Nossa família estava completa, um casal de filhos abençoados, era o que queríamos! Inclusive, Robson teve que comprar um Galaxy para levar os rebentos, pois a menor passava mal com as curvas sem ar-condicionado.  

Até discurso em praça pública proferi, descrito em detalhes no livro Cotidiano Forense. Aqui resumo, pois, eu, ainda jovem, sem muita experiência na cozinha, tive que assar um pato para o padre da cidade, com meu filho pequeno às voltas, e, em voz alta, nervosa, pensei rapidamente “tomara que esse padre se afogue com a perna do pato”.  

Na hora do jantar, o padre disse “quero a perna”, e o menor sussurrou para mim “tomara, né, tomara” … eu, lívida, mudei o rumo da prosa e aprendi a lição…

Cerro Azul foi palco de muitas memórias marcantes. Robson, em trânsito de Dois Vizinhos para Cerro Azul, foi realizar um Júri naquela comarca e, na estrada, deu carona, para um homem. Quando iniciou a sessão e olhou para o réu, as pernas bambearam, pois percebeu que o mesmo era o seu caroneiro. Em casa chegou rindo, mas disse que a história poderia ter tido outro fim.

Já eu vivia intercalando o trabalho com preces, pois em outra ocasião escutei tiros, mas, graças a Deus, no mesmo instante, meu marido entrou rápido em casa. Soubemos que a família não aceitou a absolvição do réu e o matou na frente do fórum.  

Seu gosto pelo rádio amador também se revelou nesta época, pois além das trocas com os amigos, auxiliava os desconhecidos. Na sequência, Toledo e Cascavel foram cenários de sua missão; tantas histórias, tantas memórias guardadas no coração…  

No interior, tive auxílio por 10 anos da minha secretária Inês, que já fazia parte da família.  

Em Cascavel, em razão da região de lagos, Robson foi campeão da 1ª Regata Santa Terezinha de Itaipu, realizada em 22 de março de 1987. Esportes náuticos também são sua paixão, e até hoje ele se aventura no windsurf em sua chácara às margens do Passaúna.

Em 1990, chegamos à capital e não foi diferente. Nosso prédio ao lado do Tribunal me lembrou das nossas casas no interior, sendo que em uma delas até jornal se colocava entre as frestas para conter o pó vermelho – dica do promotor de Justiça à época, que hoje é procurador.  

Eu, que no interior era professora de pintura, com mais de 80 alunas e uma rotina dinâmica, na capital me dediquei apenas às telas, sendo premiada em diversos salões de Arte Contemporânea de várias cidades do Paraná.

Debruçando-me novamente sobre Robson, destaco que é autor de livros que contam sua história e de seus pares, destacando-se as obras “Cotidiano Forense”, “Espírito de Aventura” e a “História do Poder Judiciário Paranaense”, volumes I e II, sendo que o terceiro volume “está no forno”.  

“Around the World 2008-2012” foi seu projeto de volta ao mundo. Motociclista inveterado, guardou suas férias, suas licenças prêmios e, organizando seu tempo e suas condições financeiras, concretizou seu sonho e o externou no seu livro “Espírito de Aventura”, com fotos brilhantes, pois fotógrafo amador, sempre que possível, nas viagens para os campings e de motorhome, um de seus hobbies era fotografar sua família e as belas paisagens.

Somos um casal companheiro, sempre envolvidos nos esportes; fazíamos tênis juntamente com os filhos. Recentemente, Robson foi finalista nas modalidades simples e duplas no Campeonato Estadual de Tênis da Amapar, que se deu entre 3 e 5 de março de 2023. Ademais, sempre participamos de todos os eventos que a magistratura nos oportunizou e proporcionou. Faço parte do coral da Amapar e, inclusive, meu marido se apresentou conosco na Polônia.

No tocante à sua carreira, mais marcos se deram, pois em 14 de abril de 2000, Robson foi nomeado juiz do Tribunal de Alçada e, no dia 31 de dezembro de 2004, foi promovido ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná. Eleito para o biênio 2015/2016, assumiu o cargo de corregedor de Justiça do Tribunal de Justiça do Paraná.

Um dos fundadores do Credjuris, foi, inclusive, presidente desta Cooperativa, com mandato de 4 anos, de 2017 a 2021.  

Ocupou muitos outros cargos, presidindo comissões, sempre muito dedicado à profissão. Aqui fico lhe devendo todas as nomenclaturas, mas acredito que cada um de vós que com ele teve a oportunidade de conviver sabe que estou falando de um ser humano, com erros e acertos, virtudes e defeitos, mas, acima de tudo, íntegro em seu cotidiano.

Meus filhos aqui externam palavras de carinho ao pai.

“Meu grande pai, dedicado à sua família e à sua carreira, sempre será meu exemplo de esforço e humildade. Magistrado estudioso e destemido, sempre buscou entregar imparcialidade em suas decisões. Meu pai, dedicado aos esportes e aventuras, é meu exemplo de força, perseverança e coragem. Parabéns por cumprir mais esta jornada, saúde, meu grande pai”.  

Rodrigo de Quadros Cury

“Papai,

Que sorte a minha ter te escolhido para me dar a vida e o senhor ter aceitado. Quando nasci, você já era juiz, e desde então tive uma educação pautada nos moldes do Direito e da justiça, pois vivias tua profissão com muita nobreza, e isso transbordava em teu ser. Agradeço a Deus tua vida e como lhe fizeram bem todos esses anos de trabalho, pois está cada dia melhor, seja mental, emocional e fisicamente. Muito feliz por estar se aposentando tão bem, isso significa que teu trabalho, mesmo em sua vasta e extenuante complexidade, foi executado com amor. No Judiciário Paranaense o senhor deixa seu legado com louvor! Parabéns!”.  

Priscila de Quadros Cury.

O sentimento de gratidão permeia meu ser, ao tecer essas linhas em breve resumo de uma vida privilegiada, mesmo em meio aos desafios, a certeza de que meu marido, vosso desembargador, com maestria, finaliza sua missão.

Ao querido amigo Robson Marques Cury, a homenagem e o agradecimento de todos a quem se dedicou, contando as nossas histórias. Nada melhor do que a sua história ter sido contada por sua querida família, nas pessoas da Maria Regina, Priscila e Rodrigo.

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